O dia 20 de outubro marca o Dia Mundial de Combate ao Bullying, prática cometida e sofrida especialmente por crianças e jovens.
O que é bullying - Originário do idioma inglês, o termo “bullying” deriva de “bully”, que pode ser um verbo (ameaçar, amedrontar) ou um substantivo (valentão). É a prática de atos violentos – físicos ou verbais – feita de forma intencional e repetitiva. O alvo, na maioria das vezes, é alguém mais fraco e indefeso. O Dia Mundial do Combate ao Bullying foi criado justamente para mitigar essa prática, que tem um resultado desastroso na vida de quem é vítima.
Bullying virtual - Além de instituições de ensino, o bullying também é comumente praticado na internet. O chamado bullying virtual, ou cyberbullying, é favorecido pelo anonimato que a internet proporciona. As redes sociais e aplicações de mensagens são os meios favoritos para a prática do cyberbullying na atualidade, mas o problema é generalizado: acontece em praticamente qualquer plataforma.
Insultos, campanhas vexatórias, divulgação de imagens constrangedoras e desrespeito à ética fazem parte do bullying virtual, em que a vítima recebe ameaças e insultos. E, mais uma vez, as principais vítimas são crianças e adolescentes, sendo que o problema é agravado na rede pelo facto de que milhares de pessoas podem ter acesso àquelas ofensas dentro de alguns segundos, aumentando ainda mais a humilhação.
in escolaamiga.pt
«Cyberbullying»: o que é, como prevenir e como intervir
Nesta era digital, a comunicação privilegia os meios eletrónicos e faz-se através das redes sociais, das SMS, do WhatsApp, entre outros, o que veio alterar, de alguma forma, as relações sociais.
Hoje é possível, por exemplo, encontrar pessoas perdidas no tempo e no espaço da nossa vida, estabelecer e manter contacto com as que merecem o nosso afeto, mas também difamar, ridicularizar, intimidar, maltratar, e aí estamos perante uma nova forma de bullying, o cyberbullying.
Fotos em atos de intimidade, a sós ou com outro, ao serem partilhadas com alguém pela Internet, facilmente são visionadas e partilhadas com toda a comunidade internauta e podem, inclusivamente, tornar-se virais. O mesmo acontece com o que se partilha através do telemóvel, do smartphone, ou de qualquer outro aparelho que permita a divulgação de informação escrita, oral ou por imagens.
Para guardarmos os momentos que consideramos plenos de felicidade mas que são íntimos, não precisamos de colocá-los em fotos, assim como quem nos ama não precisa de fotos ou filmes íntimos para se recordar de nós ou nos amar mais.
A memória é o melhor e mais fiel depósito desses momentos, com a vantagem de termos acesso a ela a qualquer momento e pelo tempo que quisermos, sem corrermos o risco de sermos ridicularizados, humilhados ou intimidados. .
Algumas medidas que podem minimizar/evitar situações de cyberbullying:
- Para os pais
Negociar regras de utilização da Internet. Não deixamos os nossos filhos brincarem na rua, irem sozinhos para a escola ou outro local, mesmo na adolescência, por isso, não os podemos deixar em casa com uma porta escancarada para o mundo, sem nenhuma proteção.
Alertar para os perigos da Internet e, se possível, mostrar exemplos verdadeiros desses perigos (notícias nos média, por exemplo).
Colocar o computador ligado à Internet num local comum.
Saber a password das redes sociais. Os jovens têm direito à sua privacidade mas também a serem protegidos, dever esse que é prerrogativa dos pais.
Reportar a situação o mais rapidamente possível ao administrador do sítio (clicar em “reportar abuso”) e às entidades competentes (Polícia, GNR, Escola Segura…).
Guardar as mensagens para servirem de prova.
Mudar número de telemóvel, email, passwords, se suspeitar ou sofrer destas situações.
- Para os filhos
Não partilhar informação pessoal, número de telemóvel, fotos, escola e/ou locais que frequenta.
Consciencializar que o(a) namorado(a) de sonho que pede para filmar, fotografar atos de intimidade ou em poses eróticas pode transformar-se num pesadelo e colocar online, por exemplo, toda a informação.
Nas redes sociais, adicionar só as pessoas que conhece, ao vivo e a cores, e manter o perfil restrito.
Aquando da primeira situação de cyberbullying falar com os pais ou professores e pedir ajuda.
Como todos os tipos de bullying, também este traz um sofrimento atroz e, nas suas formas mais extremas, pode provocar depressão e até suicídio. Posto isto, não publicar nem divulgar informações negativas sobre alguém.
Ana Rodrigues da Costa
https://www.portoeditora.pt/paisealunos/pais-and-alunos/noticia/ver/?id=28305&langid=1
Consultado em 19/10/2022
Como saber se o seu filho é vítima de «bullying»?
Bullying é qualquer tipo de agressão entre pares (crianças ou jovens), em que um ou vários indivíduos abusam intencionalmente da sua situação de superioridade sobre a vítima, sem que tenha havido provocação prévia, e que ocorre, repetidamente, ao longo do tempo.
As intimidações e a vitimação não acontecem ao acaso; o bully, ou agressor, é mais forte a nível físico, tem um perfil violento e ameaçador, o que impede as vítimas de se defenderem ou de pedirem auxílio. As consequências são, potencialmente, graves.
É importante referir que as brincadeiras em que existe envolvimento físico, o “andar à luta” e outras formas de comportamento agressivo, mas que não têm a intenção de causar danos, não podem nem devem ser consideradas bullying.
Podemos classificar os envolvidos nas situações de bullying em três tipos: vítimas passivas, vítimas provocadoras, que são simultaneamente agressores e vítimas, e os agressores (bullies).
Quanto aos tipos de bullying, podemos referir os seguintes: físico (bater, empurrar), mais usado pelos rapazes; verbal (ameaçar, chamar nomes, chantagear, contar segredos ou levantar rumores), mais usado pelas raparigas; social (exclusão do grupo de pares); cyberbullying (abuso através de meios eletrónicos e novas tecnologias da comunicação). A todos estes tipos de bullying está associada a agressão psicológica.
O que fazer se suspeitar que o seu filho é vítima de bullying?
Incentivar a partilha de problemas, especialmente se notar alterações no comportamento: recusa em ir para a escola, queixas somáticas constantes (dor de cabeça, de barriga, tonturas…), mas sem insistir em demasiado.
Ouvir atentamente, sem críticas e julgamentos negativos, o relato de situações problemáticas e elogiar essa partilha.
Averiguar da veracidade do relato, discretamente.
Fazer um diário dos acontecimentos.
Abordar a escola (professor, diretor de turma, direção) e apresentar calmamente a situação para, conjuntamente, serem encontradas soluções.
Reunir regularmente com o interlocutor escolar para fazer o ponto da situação.
Aconselhar o jovem a procurar evitar o(s) agressor(es), especialmente se estiver sozinho, e a procurar ajuda junto dos adultos (professores, assistentes operacionais).
Tentar "treinar" o que fazer na próxima situação (verbalizar «não, afasta-te de mim», etc.); deve enfrentar o bully mas não usar da agressividade e violência deste.
Monitorizar diariamente junto da criança/adolescente o problema, de forma calma e ponderada, e respeitando o tempo e a vontade da criança/adolescente.
As consequências das situações de bullying, quer a curto, médio ou longo prazo, são dramáticas e repercutem-se por todas as áreas da vida do indivíduo. Assim, o bullying pode afetar a saúde física, emocional e social das crianças envolvidas e ter consequências graves, tais como depressões e, em última análise, suicídio.
Os envolvidos em situações de bullying – vítimas, vítimas provocadoras, agressores e, inclusive, espectadores – devem ser encaminhados para acompanhamento psicológico ou outro, no sentido de minorar as consequências.
O bullying é um problema da sociedade, não só dos intervenientes. Quanto à escola, esta deve, em primeiro lugar, reconhecer o problema, querer resolvê-lo, definir prioridades e delinear programas de prevenção do bullying que simultaneamente envolvam alunos, pais, professores, técnicos (psicólogos, assistentes sociais, etc.), assistentes operacionais e a comunidade envolvente. Só a cooperação entre todos permitirá reverter ou minorar esta problemática.
Ana Rodrigues da Costa
https://www.portoeditora.pt/paisealunos/pais-and-alunos/noticia/ver/?id=28365&langid=1
Consultado em 19/10/2022
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