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Diário dos nossos (sempre) alunos... agora universitários

David Viegas, André Ramos, Alexandre Cipriano, Susana Rhodes, Madalena Custódio, Carina Valério

7/11/2022

Muito aconteceu num período tão pequeno da minha vida e, para ser sincero, não me lembro de dias melhores do que estes que estou a vivenciar.


Então, mas a faculdade não é difícil, cansativa, assustadora? Por mais estranho que pareça, especialmente vindo de um aluno do Técnico, NÃO!! Então, mas não chegas ao autocarro exausto, não ficas o dia todo em Lisboa sem nunca estar em casa, não tens montes de trabalhos para fazer no pouco tempo que estás em casa? A isso sou obrigado a responder que sim, mas será que isso significa que estou cansado? A meu ver não… A meu ver, eu estaria cansado se quando chegasse a casa no fim do dia não sentisse vontade de voltar no dia seguinte, sendo que o que acontece é que eu chego a casa, durmo e estou cheio de vontade para mais um dia. Agora claro, se a faculdade tem os seus momentos difíceis em que me questiono de tudo, em que sinto que não sou bom o suficiente, claro que tem (posso dar como exemplo as minhas aulas de Álgebra, em que por muito que adore a matéria, metade do que o professor diz é "chinês"…). A verdade é que a faculdade não é difícil, não é cansativa, é simplesmente desafiadora, e é por isso que estou a adorar!


Em jeito de conclusão, deem tudo o que têm a dar agora, para depois poderem ir para a vossa faculdade e curso de sonho, porque eu sei que a minha história seria bem diferente se eu não estivesse onde estou. Não sigam os vossos amigos, o caminho de ninguém, queiram seguir o vosso coração e façam para o poder seguir. Façam para poder gritar o hino do vosso curso com paixão… E com isto a minha deixa…


Viemos da Alameda, Instituto Superior TÉ CNI CO.


Vejam bem a nossa força, o poder da nossa voz, ELETRO Somos nós…


David Viegas


As minhas primeiras experiências académicas??… então aqui vai!


Primeiro que tudo, não se iludam, a faculdade não vai ser a melhor altura da vossa vida. Vão ganhar muitas experiências boas, novas amizades e, possivelmente, um rumo totalmente diferente na vossa vida. Mas não vai ser às mil maravilhas! Vão estar todos os dias cansados, sem tempo para nada, muita matéria acumulada e muitas mais razões para chorar.


Eu entrei na Universidade de Évora no curso de Ciências e Tecnologia Animal. Tudo mudou de um dia para outro! Num instante, tive de estar preocupado não só com os estudos, mas também em sobreviver sozinho. Apesar de tudo tive grandes amigos e família ao meu lado a ajudar me em tudo o que precisasse, e sei que vocês também irão ter.


Por fim, desejo vos a todos a maior das sortes para o vosso futuro e nunca desistam dos vossos objetivos! Afinal, é isso que nos faz mover!


André Ramos



Notícias deste primeiro mês de faculdade… Aqui, sim, é que se vê o que é dar matéria de forma rápida. Não há uma pausa para fazer uma ficha, a matéria está sempre a acumular-se até ao dia do exame. Química são 50 slides por aula, por exemplo! Preciso de ir dormir bem mais cedo do que antes, se não adormeço durante o dia.


Há professores que ensinam bem, outros nem por isso. Temos de aprender muito, mas mesmo muito sozinhos. A parte do estudo está difícil, mas nem tudo é mau, o convívio com as pessoas do curso torna a vida um pouco melhor e mais alegre… ahahaha…


Fui ao batismo de praxe, foi dentro de uma fonte e estava um frio desgraçado… ahahahah… Os mais velhos fornecem trabalhos e resumos, o que ajuda imenso para pessoas, como eu, que nunca sabem o que está a acontecer à sua volta. É muita coisa ao mesmo tempo!


A adaptação, para mim, não foi difícil, conhecer pessoas novas e fazer amizades foi simples. Mas nada como o meu grupo de secundário, esse grupo era outra coisa… ahahah…


E se pensam que tenho saudades do secundário... tenho e muitas. Éramos felizes e não sabíamos!


O curso em si este ano não tem nada de muito interessante. Tenho Física, Química, Mineralogia, Matemática e Informática. Nada daquilo que é giro em Geologia! No início andei um pouco mais em baixo, com todas as mudanças, mas acho que já voltei a entrar nos eixos. Agora é tentar aplicar-me ao máximo!


Alexandre Cipriano



Olá a todos. Sou a Susana Rhodes e frequentei o Colégio Miramar do quinto ao décimo segundo ano, sendo que no secundário optei pela área de ciências e tecnologias. Assim como vocês, também não sabia o que queria e mesmo quando descobri, não ficou mais fácil.


Agora, estou a estudar a 267 km de Mafra em gestão de bioindústrias. Este curso tem menos de 20 licenciados e, para ser sincera, foi algo que inicialmente me assustou. Tinha dúvidas se era mesmo o que queria, tinha saudades de casa e medo que o curso não fosse tão bom como achei, afinal, mudar é sempre difícil. A cabeça estava num turbilhão incomparável de problemas e soluções que estavam sempre a aparecer e estando longe de casa, tinha de ser independente para resolvê-los. Mas o que parecia um grande problema acabou por se tornar simples. Graças à praxe e ao início da minha participação na vida académica, tive imenso apoio, tanto escolar como social, dos professores e caloiros. De momento, já faço parte tanto da tuna feminina quanto do conselho Eco escolas, também sou caloira da praxe, sendo batizada dentro de duas semanas.


Quanto à praxe, tenho a dizer que não é para todos, mas ajuda a integrar, e a meu ver, todos deviam experimentar, pelo menos. É de onde vem a maioria dos contactos (e festas, também é ótimo para conhecer pessoas). Por falar em festas, é muito giro, mas é importante lembrar que o equilíbrio e a consistência é que fazem as vitórias. Podemos ir a uma festa, desde que não todos os dias, pois estudar é algo que deve ser consistente para que nas frequências não exista sobreposição de estudos.


A carga de trabalhos, matéria e responsabilidade é de facto maior, mas é perfeitamente suportável quando bem organizado. Eu senti-me bastante pressionada ao início, mas depois de me organizar, tudo melhorou e se há coisa que agradeço é ter estudado no colégio, pois a preparação para o estudo universitário foi excelente, tanto que me sinto muito privilegiada e sistematizada que a maioria dos meus colegas.


Para concluir, acho que a faculdade é tem de ser baseado num equilíbrio entre deveres e diversão, pois qualquer estudante merece divertir-te assim como qualquer pessoa precisa de conhecimento. Crescer é mesmo isto.


Susana Rhodes



“Adaptação” parece-me ser a palavra, de entre muitas outras, que melhor se adequa para descrever o que tem sido a minha vida nos últimos meses.


Todo o período inicial da faculdade requer de nós, estudantes, uma enorme adaptação, com vontade! De repente, estamos num sítio desconhecido, com pessoas que nunca vimos e com dinâmicas de sala de aula e de turmas completamente diferentes!


Assim sendo, é crucial que nos tentemos adaptar o melhor possível às circunstâncias. A questão é: uma adaptação requer tempo, nada acontece do dia para a noite. Falo por mim: na primeira semana de aulas, sentia-me uma estranha a andar por corredores em que não devia estar, não sabia quando ou como intervir nas aulas nem tão pouco o que fazer nos intervalos. Com o passar do tempo, todos estes aspetos foram sendo substituídos por sentimentos de integração, de conforto e de segurança. Em muito, devo aos meus padrinhos, o Gonçalo, o Zé e a Bárbara, que me ajudaram em tudo o que estava ao seu alcance.


As amizades. A rapidez e a facilidade com que cada um faz amizades depende muito da personalidade. Eu, pessoalmente, demorei um bocadinho. Confesso que até cheguei a pensar que ia andar para sempre sozinha naquela faculdade (sou uma dramática por natureza), mas a verdade é que, com a entrada da segunda e da terceira fase, as amizades foram surgindo e agora até um grupo de estudo tenho, onde nos entreajudamos, ouvimos e compreendemos, porque o stress e a pressão são reais e estamos lá uns para os outros, sabemos o que o próximo sente por experiência própria!


A praxe. A mítica de que tanto falam. A praxe é um conceito que varia de faculdade para faculdade e a que ninguém é obrigado a ir ou a sequer gostar! Para ser sincera, eu não adorei a praxe, mas permitiu-me conhecer pessoas tão, mas tão boas, que não me arrependo de ter ido.


Por fim, a matéria. Como estudar? Quando estudar? O que estudar? Três perguntas que, para já, ainda não consigo responder com total convicção. Ainda estou a aprender a gerir o meu tempo e a dosear a quantidade de matéria que devo estudar por dia. Contudo, devo dizer-vos que acompanhem a matéria desde o primeiro dia para que, quando a forem rever seja, precisamente, uma revisão, que irá, certamente, ajudar imenso no estudo!


Se a faculdade está a ser exatamente tudo o que imaginei? Não. Se estou a gostar e se me sinto feliz? Sem dúvida (o facto de ter entrado na minha primeira opção (direito) na faculdade que queria (Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa) acaba por servir de motivação acrescida). O meu conselho é que entrem na faculdade de mente aberta, sem expectativas muito altas e que aproveitem tudo! Conheçam pessoas, deem-se a conhecer, vão a festas, experimentem a praxe (só se quiserem!!!), experimentem métodos de estudo diferentes e aproveitem!!


Para os alunos de 10.º e 11.º ano, ainda têm uns anos pela frente, não se preocupem, deem o vosso melhor e, se ainda não souberem o que querem seguir na faculdade, está tudo bem com isso! Eu só “descobri” no último ano do secundário. E para os alunos de 12.º, que pretendem ingressar na faculdade em setembro, aproveitem muito bem este ano, aproveitem o verão. Não façam como eu que “sofri” quase três meses com a entrada na faculdade. O que terá que ser, vai ser. Se entrarem na primeira opção, muitos parabéns. Se não entrarem na primeira, muitos parabéns na mesma, pode ser que estejam naquele que vai ser o curso das vossas vidas e que vos vai fazer muito felizes :)!! Um beijinho a todos e boa sorte!


Madalena Custódio



Um ciclo encerra… e um ciclo novo começa. Este novo ciclo, ou seja, a ingressão na faculdade e a passagem de estudante do ensino secundário para um estudante universitário, não é fácil. Ser estudante universitário exige uma maior responsabilidade, principalmente no primeiro ano de licenciatura, porque recebemos imensa informação e não estamos habituados a ter a capacidade de organização para conseguir dormir, comer, estudar e ter tempo para nós.


Pela minha pouca experiência enquanto estudante universitária no curso de Ciências do Desporto posso dizer que muitas das vezes chego cansada a casa, fisicamente e psicologicamente. O meu curso exige imenso da capacidade física, por isso o meu cansado físico, e o facto de também fazer parte do desporto universitário faz como que chegue a casa quase que esgotada. O cansado psicológico é devido à imensa quantidade de matéria para estudar, imensas apresentações, imensas avaliações… Chega a um ponto que cansa, cansa de ver as letras que estão nos manuais e a única coisa que queremos fazer é deitar a cabeça e dormir. Contudo, a vida de um verdadeiro estudante universitário não é só estudar, um verdadeiro estudante universitário reconhece que também existem momentos de diversão, como as praxes, cujas brincadeiras são um momento de convívio entre caloiros, veteranos e até mesmo estudantes de outros cursos existentes na faculdade.


Por fim, tenho a dizer que cada curso é um curso, cada curso tem as suas dificuldades, com isto quero dizer que não existe “curso fácil”, simplesmente não existe, mas por mais que seja difícil ser estudante universitário, não é impossível. Tudo na vida é possível desde que seja feito com vontade e amor, por isso, independentemente do curso que escolham, se acham que é naquele curso que irão ser felizes então arrisquem e divirtam-se na vossa nova jornada enquanto novos estudantes do ensino superior.


Carina Valério

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